Polícia desmente boato de esquizofrenia e aponta que Alfredo Henrique agiu com plena consciência ao cometer o crime

A Justiça Estadual decretou, nesta sexta-feira (5), a prisão preventiva de Alfredo Henrique Oruê dos Santos, de 21 anos, acusado de matar brutalmente a própria mãe, Michelly Rios Midon Oruê, de 47 anos, com pelo menos cinco golpes de faca, em Glória de Dourados. O crime chocou o estado e elevou para 18 o número de vítimas de feminicídio em Mato Grosso do Sul em 2025.
Durante audiência de custódia, o juiz de plantão homologou a prisão em flagrante e decidiu pela conversão para prisão preventiva, o que significa que Alfredo será transferido nos próximos dias para o sistema penitenciário estadual, onde aguardará julgamento.
Fake news sobre esquizofrenia
Logo após o crime, familiares do rapaz espalharam a informação de que Alfredo sofreria de esquizofrenia — tentativa, segundo a polícia, de suavizar a repercussão do caso. No entanto, a Polícia Civil investigou a alegação e descartou completamente o diagnóstico.
“Conversamos com o médico que acompanhava o rapaz, e ele foi claro: Alfredo nunca teve esquizofrenia”, afirmou um dos investigadores. Segundo o profissional de saúde, o acusado realizava tratamento apenas para ansiedade e depressão, sem qualquer indício de transtorno psicótico grave.
A tentativa de usar um diagnóstico falso como justificativa foi rebatida de forma firme pelas autoridades:
“Essa história de esquizofrenia é fake news. Ele sabia muito bem o que estava fazendo”, declarou um policial envolvido no caso.
Crime motivado por droga
De acordo com a investigação, Alfredo teve uma recaída no uso de drogas e queria sair de casa para buscar entorpecentes. Diante da tentativa da mãe de impedi-lo, ele a atacou com golpes de faca, em uma cena de violência extrema.
Após o crime, o jovem fugiu com o carro da família, um Renault Logan, e foi localizado horas depois pela Polícia Militar dormindo em uma boca de fumo, na Rua Alegrete, no Jardim Jóquei Clube, em Dourados. O local é conhecido pelo intenso tráfico de drogas.
Durante o depoimento à Polícia Civil, Alfredo confessou friamente o assassinato, revelando detalhes do crime. Ele alegou que estava sob efeito de entorpecentes, mas a polícia reforça que o crime foi cometido com plena consciência.
18º feminicídio em MS no ano
Michelly Rios é a 18ª mulher assassinada em contexto de feminicídio no estado em 2025. O caso gerou comoção nas redes sociais, principalmente por se tratar de uma mãe que demonstrava publicamente amor e dedicação ao filho, inclusive com homenagens em vídeos recentes.
A Delegacia de Glória de Dourados segue à frente das investigações e deve concluir o inquérito nos próximos dias. Alfredo Henrique responderá por feminicídio qualificado, com possibilidade de pena de até 30 anos de prisão.

