Vítima conta que foi assediada por diferentes pessoas próximas e reforça a necessidade de quebrar o silêncio

Por: Tiago Pires

Um jovem de Caarapó trouxe à tona, em relatos recentes, experiências traumáticas de abusos sexuais sofridos desde os 10 anos de idade. As declarações revelam episódios marcados por violência e manipulação, envolvendo pessoas próximas de seu convívio social e familiar.

Segundo o depoimento, o primeiro caso teria ocorrido quando ainda era criança, com um comerciante da cidade que fornecia marmitas. O agressor, além de assediar o menino, também teria praticado atos semelhantes contra outras crianças. “Ele trocava comida por abusos”, relatou.

O jovem também afirmou que chegou a ser vítima de uma professora na época em que frequentava a escola. “Não fiz nada, porque eu era uma criança inocente e tímida, não sabia como reagir”, contou.

Em outro momento, revelou que um amigo do pai também se aproveitava da confiança da família. Enquanto o pai se ausentava para beber, o agressor ficava sozinho com a criança e cometia abusos constantes.

Apesar de já reconhecer sua orientação sexual desde cedo, o jovem destacou que isso não o protegeu de situações de violência. “Fui assediado por uma mulher e por um homem. Não diminuindo a dor de ninguém, mas o meu caso foi constante”, disse.

Contexto nacional

Casos de violência sexual contra crianças e adolescentes ainda representam um grave problema no Brasil. De acordo com dados do Ministério dos Direitos Humanos, a maioria dos abusos ocorre dentro do ambiente familiar ou em locais onde a criança deveria estar segura.

Especialistas ressaltam que o silêncio das vítimas, motivado pelo medo, vergonha ou pela falta de entendimento do que ocorre, favorece a impunidade.

Como denunciar

Situações de abuso ou exploração sexual contra crianças e adolescentes podem ser denunciadas anonimamente pelo Disque 100, além de Conselhos Tutelares e Delegacias Especializadas de Proteção à Criança e ao Adolescente.

A denúncia é fundamental para interromper ciclos de violência e responsabilizar os agressores.