Por : Portal Publicitário / Tiago Pires

Mais de 1,5 mil famílias ligadas ao Movimento Popular de Luta (MPL) ocuparam, na manhã desta segunda-feira, o prédio do Incra (Instituto de Colonização e Reforma Agrária) na Vila Glória, em Campo Grande. A mobilização faz parte de um movimento nacional que reivindica políticas de reforma agrária e recursos para assentamentos no estado.
De acordo com Jonas Carlos da Conceição, dirigente nacional do MPL, o objetivo principal é obter uma resposta direta do presidente Lula sobre a destinação de recursos para a agricultura familiar. “Queremos que o presidente atenda uma comissão do movimento para definir recursos, pois até agora não há nenhuma família assentada”, afirmou.
Bloqueio de rodovias
Além da ocupação do prédio, manifestantes interditaram importantes rodovias da região. Na BR-163, em Naviraí, aproximadamente 200 pessoas bloquearam totalmente o tráfego, causando congestionamento de cerca de 4 quilômetros no sentido norte e 3 quilômetros no sentido sul. Equipes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e da concessionária CCR MSVia estão no local orientando os motoristas e sinalizando os desvios.
Outra rodovia afetada é a BR-267, na cidade de Nova Alvorada do Sul, onde o trânsito segue em esquema de “pare e siga”. A PRF divulgou rotas alternativas, sugerindo o desvio para Fátima do Sul e acesso à cidade de Iguatemi, rumo a Mundo Novo.
Condições precárias e reivindicações
O dirigente estadual do MPL, Claudinei Rondon Monteiro, destacou as condições precárias enfrentadas pelas famílias que estão sob lonas há anos, aguardando a criação de novos assentamentos. Segundo ele, o último assentamento em Mato Grosso do Sul ocorreu há mais de 16 anos, e as promessas de novos projetos permanecem sem execução.
“Vamos permanecer no Incra até obter uma resposta concreta. Precisamos que o presidente Lula dialogue diretamente com os movimentos sociais de MS e apresente soluções práticas para as famílias acampadas”, declarou Claudinei.
A ocupação do prédio e o bloqueio das rodovias continuam sem previsão de término, e os manifestantes prometem manter a mobilização até que suas demandas sejam atendidas.

